Sergio Zimerman, fundador e CEO da Petz, com o mascote da rede de pet shop
Sergio Zimerman, fundador e CEO da Petz, com o Wolke, mascote da rede de pet shop para o IPO (Petz/Divulgação)
Se o home office veio para ficar, os animais de estimação agradecem. Cachorros, gatos e outros pets ganharam companhia e relevância na cesta de consumo dos brasileiros. A Petz que o diga: a maior rede de pet shops do país dá novas mostras de que o fenômeno de crescimento do mercado pet é mais estrutural do que até os mais otimistas imaginavam, ao menos em um primeiro momento. Quer saber mais sobre as ações com maior potencial de valorização na bolsa? Acompanhe nos relatórios da EXAME Research.
A rede de pet shop apresentou números robustos no terceiro trimestre, divulgados na noite de segunda-feira, 26. Foi o primeiro resultado trimestral desde que realizou a sua oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) no início de setembro. As receitas brutas subiram 51% na comparação anual, para 450 milhões de reais. As vendas subiram tanto nas lojas físicas, algo esperado com a normalização dos horários de operação, como no canal digital, que teve crescimento de 393% em relação ao mesmo período de 2019.
O resultado e as perspectivas de crescimento estão se refletindo no mercado. As ações acumulam alta de 23,6% desde a estreia na bolsa em 10 de setembro. Esse percentual representa a valorização para o investidor que entrou na oferta, uma vez que venceu o lock-up, instrumento que impede a venda de ações por 45 dias depois do IPO.
“O canal físico já está com performance melhor do que no pré-pandemia, enquanto o digital superou as melhores expectativas”, afirmou Sergio Zimerman, fundador e presidente da Petz, à EXAME. Segundo ele, havia uma avaliação de analistas — e dos executivos em termos — de que a normalização das unidades físicas pudesse, em termos proporcionais, fazer recuar a participação do canal online, o que não aconteceu.
Os canais digitais responderam por 25,5% das vendas totais, pouco acima da participação de 24,6% nos seis primeiros meses do ano. Na comparação anual, o peso relativo mais do que triplicou: era de 7,8% do total um ano antes. Antes da pandemia, a empresa estimava que poderia chegar a 20% das vendas pela internet em um período de cinco anos.
As vendas online totalizaram 114,8 milhões de reais de julho a setembro. As vendas no conceito “mesmas lojas” subiram 32,3% na comparação anual, enquanto a geração de caixa operacional medida pelo Ebitda ajustado avançou 34,5%.
Novos donos de pets
Há duas situações que ajudam a explicar o crescimento das vendas digitais apesar da reabertura e da ampliação dos horários de funcionamento das lojas de rua e de shoppings. “Ganhamos share (participação) de mercado. Batemos recorde de clientes novos e tivemos capacidade de retenção dos mesmos no trimestre”, afirmou o executivo.
Segundo ele, donos de animais passaram a comprar mais brinquedos e petiscos para seus animais com a pandemia e o tempo prolongado dentro de casa.
“O mercado mudou de patamar com a pandemia. Isso estimulou a humanização do tutor com o seu animal”, afirma Diogo Bassi, executivo-chefe financeiro (CFO) da Petz. “Foi uma mudança cultural”, completa.
Outro fator que ajuda a explicar o desempenho das vendas é o aumento do número de pessoas que decidiram comprar ou adotar um animal de estimação com a pandemia, uma informação qualitativa obtida por meio do cruzamento de diversas fontes, de vendas em kennel club (clubes de criadores) a consultas em casas especializadas em doação. Um em cada cinco novos clientes é novo dono de pet, segundo a rede varejista.
Os resultados trimestrais também mostraram uma forte presença da integração dos canais de venda: 80% é considerada omnichannel, o que significa dizer que são vendas digitais que passam pelas lojas físicas — seja para despachar o produto ou para retirada presencial pelo consumidor que comprou pela internet. “É a equação em que oferecemos o maior nível de serviço com o menor custo”, afirma Zimerman.
Dog walker na mira
Segundo ele, esse modelo possibilita a entrega de qualquer produto em até duas horas a clientes que estejam em um raio de cinco quilômetros de uma de suas 124 lojas físicas e isso se traduz em competitividade frente à concorrência, seja um pure player ou um concorrente que decida incluir a vertical de negócios de produtos pets em seu marketplace.
O presidente da Petz comentou ainda sobre novos planos em desenvolvimento. “Estamos muito animados com o investimento que estamos fazendo na plataforma pet solutions, que é o ecossistema para endereçar todas as questões que o tutor tem com o seu pet, como day care, dog walker, dog sitter”, afirma Zimerman.
O fundador da Petz conta que os executivos da empresa avaliaram a DogHero para uma eventual aquisição, mas que desistiram por entender que o valuation não fazia sentido e que havia caminhos melhores tanto para o consumidor como para o investidor. A DogHero anunciou uma fusão com a empresa de e-commerce Petlove nesta segunda, 26.
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