Dívidas: Calotes estaduais e municipais que têm garantias da União já somam R$ 3,575 bilhões em 2018 (CarlaNichiata/Thinkstock)
O Brasil deve acumular 13 anos de rombos sucessivos nas contas públicas, segundo cenário traçado pelo Ministério da Economia. Com despesas maiores que receitas desde 2014, o País manteria essa tendência até 2026. As finanças só voltariam ao azul em 2027. Os dados constam no Relatório de Projeções da Dívida Pública, divulgado pelo Tesouro Nacional.
O crescimento da dívida nos próximos anos é justamente fruto da continuidade dos rombos nas contas. Neste ano, o déficit primário deve ser recorde, de 12,7% do Produto Interno Bruto (PIB), devido às despesas extraordinárias feitas para combater a covid-19.
Em 2021, o resultado ainda será negativo, mas bem menor: de 3,1% do PIB. A partir daí, a expectativa do governo é que o déficit diminua ano a ano, chegando a 0,2% do PIB em 2026 – mesmo ano pico da dívida, em 100,8% do PIB.
A virada para superávits será em 2027, quando há a previsão de um resultado positivo em 0,3% do PIB. É a partir deste ano também que é esperada uma redução paulatina do endividamento público. Em 2029, último ano do horizonte projetado pelo Tesouro, o superávit deve ser de 1,3% do PIB.
O governo tem defendido a aprovação de reformas estruturas e de contenção de gastos justamente para tentar acelerar essa trajetória de retomada dos superávits. Os dados são uma extrapolação de projeções a partir dos parâmetros já enviados na proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2021.