As viagens pelo espaço estão na moda entre empresários excêntricos. O mais conhecido deles é o polêmico bilionário Elon Musk, fundador da montadora de veículos elétricos Tesla e da fabricante de foguetes SpaceX.
Recentemente, Musk alcançou o posto de pessoa mais rica do mundo, com um patrimônio líquido avaliado em cerca de 118 bilhões de dólares. Agora, está se desfazendo da maior parte dos seus bens e planeja dedicar o máximo de dinheiro possível para colonizar Marte. Uma decisão no mínimo curiosa.
Mas Elon Musk não é o único super rico que gosta de foguetes. Esta semana a Virgin Orbit, empresa do bilionário Richard Branson, chegou ao espaço pela primeira vez com um foguete lançado de um avião em movimento.
O avião Boeing 747, apelidado de Cosmic Girl (em português, “garota cósmica”), decolou do deserto da Califórnia, nos Estados Unidos. Seu foguete LauncherOne foi lançado a 40 mil pés acima do Oceano Pacífico e chegou à órbita da Terra em 10 minutos.
Assim como Musk, Branson é uma pessoa incomum. Aos 70 anos, ele é dono do Virgin Group, uma empresa baseada em Londres e que está ligada a mais de 40 companhias, incluindo a companhia aérea Virgin Atlantic, a Virgin Money e a Virgin Galactic . O Virgin Group tem receita anual de mais de 22 billhões de dólares e Branson tem uma fortuna estimada em 6,14 bilhões de dólares, de acordo com o ranking de bilionários da Bloomberg.
Antes do sucesso nos negócios, o bilionário tinha problemas na escola e não chegou a terminar o ensino médio. Branson tinha dislexia, uma condição que gera dificuldade para compreender a leitura. Ele deixou os estudos aos 16 anos, quando ainda estava no ensino médio. “Meus professores acreditavam que eu era preguiçoso e burro e eu não conseguia acompanhar ou me enturmar”, disse.
Por não conseguir acompanhar os estudos, ele acreditou que nunca teria sucesso na vida. Claramente, ele estava errado. Ainda adolescente lançou a revista “Student”, voltada a jovens no Reino Unido. Aos 20 e poucos, começou seu império de negócios, vendendo discos por encomenda. Logo lançou a gravadora Virgin Records e nunca mais parou de empreender.
O empresário é conhecido por gostar de correr riscos e pela frase “Dane-se, vamos fazer isso!”, uma expressão de seu espírito empreendedor. Com essa filosofia, já topou ideias como a de criar uma concorrente da Coca-Cola, a Virgin Cola, nos anos 1990. O negócio não deu certo.
Branson gosta dos holofotes e é figura frequente nas propagandas de suas empresas. Também gosta de passar o tempo de forma ousada e já quebrou alguns recordes. Dentre os desafios que o próprio Branson se impôs estão atravessar o Canal da Mancha com um veículo anfíbio e pilotar um balão sobre o Atlântico.
A Virgin Orbit, que fez seu primeiro lançamento de foguete no domingo, foi fundada em 2017, e é uma spin-off de outra empresa de Branson, a Virgin Galactic, focada em operar voos turísticos suborbitais. A meta da Galactic é começar a voar em 2021. O preço por passageiro fica na casa dos 250 mil dólares. Já o objetivo da Orbit é outro: atuar no lançamento de pequenos satélites para o espaço, um mercado em expansão nos Estados Unidos.