
A principal discussão está em torno das mudanças propostas na Reforma Administrativa. – Foto: Wikimedia Commons
Nesta quarta-feira (28), Dia do Servidor, algumas instituições organizaram movimentos contra alterações no funcionalismo previstas na Reforma Administrativa. Ao invés de comemorar o feriado, foram realizados movimentos em oposição às privatizações. Entre as preocupações pautadas, estava a flexibilização da estabilidade do servidor público.
Movimentos sobre o funcionalismo pelo Brasil
Alguns debates foram feitos em conferência realizada pelo Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado (Fonacate), que discutiu sobre governo digital e integridade pública. O evento contou com a participação de parlamentares, acadêmicos, especialistas e representantes do governo.
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Segundo o presidente do Fonacate, Rudinei Marques, “a Conferência do Fonacate reúne especialistas verdadeiramente interessados no aprimoramento do serviço público brasileiro. É nossa contribuição para a reconstrução democrática do país”.
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Outro ato foi organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), tendo como principal crítica a privatização dos Correios e da Companhia Energética de Brasília (CEB). A Reforma Administrativa também foi pautada entre as críticas da entidade. O movimento teve nível nacional, acontecendo em todas as capitais brasileiras com o objetivo de defender o serviço público.
“Não temos o que comemorar neste dia 28, e também não podemos ficar em casa sem nos manifestar. Estaremos nas ruas, com todos os equipamentos de proteção contra Covid-19, para dialogar com a sociedade”, destaca o diretor executivo da CUT, Pedro Armengol.
O Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Estado de São Paulo (Sintrajud) e o Fórum dos Servidores Públicos no Estado de São Paulo convocaram as pessoas para se manifestar contra a PEC 32. Os movimentos foram presenciais e online para questionar o texto que apresenta o Plano ‘Mais Brasil’. De acordo com os manifestantes, as mudanças no funcionalismo são um ataque aos servidores de todo o país.
O que os servidores têm a dizer
Em entrevista ao Metrópoles, a servidora aposentada do Ministério da Educação (MEC), Erilza Galvão dos Santos afirmou que “a briga hoje é a reforma administrativa, que quer diminuir o concurso público e a estabilidade”. Ela comentou que existem várias reclamações sobre os funcionários públicos dizendo que eles custam muito ao governo e não dão retorno.
No entanto, Erilza está mais preocupada com a não reposição dos servidores do que com os rótulos dados a eles. “Isso veio crescendo ao longo do tempo e, consequentemente, diminuiu a qualidade do serviço prestado à população. Veja as filas do INSS, mas isso acontece em todo o serviço público”, destacou.
Ela ainda chamou a atenção dizendo que “a estabilidade não é uma defesa individual, mas da prestação do serviço público”. Quem também não se sente valorizado é o técnico Carlos Chácara que trabalha em hospital administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
“Na minha visão, o governo não valoriza nem a população nem seus servidores. Tentam colocar a incompetência de gestão na conta dos servidores. Os servidores da área da Saúde foram os principais atores no combate da Covid-19. Os trabalhadores da saúde se dedicaram em fazer o que foi possível para cuidar das pessoas”, exemplifica.
Atualmente, o Brasil conta com 12 milhões de servidores públicos nos âmbitos municipais, estaduais, federais e militares. O dado é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
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