realme: fabricante chinesa cresceu 132% no último trimestre (realme/Divulgação)
A chinesa realme (assim mesmo, com letra minúscula) está chegando ao Brasil e promete revolucionar o mercado de smartphones locais. Os produtos da fabricante já são sucesso na China, Índia e outros países do sudeste asiático e Europa, onde ganharam escopo prometendo design inovador e soluções presentes nos smartphones topo de linha por preços acessíveis.
Até agora, o resultado deu certo. Ao menos lá fora. De acordo com dados da consultoria Counterpoint Research, a marca é a que mais cresceu no mundo no terceiro trimestre de 2020 e já tem fatia maior que da Lenovo (dona dos celulares Motorola) e da LG no mercado global.
A realme aumentou seus envios de aparelho em 132% no terceiro trimestre deste ano, com mais de 50 milhões de vendas — se tornando a marca que mais rápido alcançou esse patamar.
Segundo Sherry Dong, diretora de marketing da realme, a ideia é começar no Brasil com negócios online, em parcerias com varejistas de e-commerce, como Amazon e B2w, aproveitando o arranjo de tecnologias que a empresa oferece para produtos intermediários.
“Nós provemos a tecnologia mais avançada no mercado intermediário e focamos em atrair pessoas jovens. Queremos também oferecer produtos com tecnologia 5G e internet das coisas”, disse em entrevista à EXAME. Ela não detalhou quais produtos ou modelos chegarão primeiro ao país e serão disponibilizados pela marca.
De acordo com Dong, a ideia é posicionar a empresa como uma transformadora do mercado não só no Brasil, mas em toda a América Latina. Para a empresa, a região tem espaço já que os principais concorrentes são diferentes de outros lugares, onde a competição é ainda mais acirrada, como Índia e Sudeste Asiático, em que marcas como Oppo, Vivo, Xiaomi e Huawei têm amplas margens.
“A presença de mercado na América Latina é muito diferente dos dados que temos dessas regiões. Na América Latina é uma presença muito grande de Lenovo e LG, é onde vemos que nosso produto pode ter espaço para ser popular”, disse. “Nesse mercado, se você quiser ter um dispositivo de alta performance você vai precisar gastar muito dinheiro.”
Dong reconhece que a Xiaomi fez barulho ao chegar ao Brasil e a realme viu aí uma oportunidade também. Mas, segundo ela, a realme oferece algo diferente: a união de design inovador com produtos de boa capacidade tecnológica a preços acessíveis.
“A competição vai ser dura nos próximos 4 ou 5 anos, mas achamos que é uma grande oportunidade começar neste momento”, afirmou.